tão sem jeito
esse coração teu,
pouco comedido, precipitado
afeito apenas àquela
enxerga nela a margarida
fosse naquela flor, dantes amarela, vibrante
nas tuas madeixas, no teu olhar de menina
no refletir insinuante, te escapo aos braços
não chegas às notas altas,
às falas articuladas, ponderadas, cristalinas
mesmo a dizer não, tu percorre-me os ouvidos
no telefone, no curto recado do telemóvel
nas tuas imagens
nas tuas composições
dizes ainda que falta muito
para que vá onde queres
fica cá, ambivalente
a percorrer-me a memória
apenas um pouco de ti
teu calor, pudores
anseios teus
similares aos que construí
aqui, sem ajuda
para mim, apenas
sem nunca consultar a ti
a quem quer seja
vens, agora
não te vá, é tarde
esperançoso que queiras
dá me convites, vou
ora finjo esquecer
teimosamente.
mas estou cá,
com esses olhos de cão
seguindo, aproximando
rosnando e mordendo
o tempo todo
cenho franzido, rude, ressentido da tua falta
grosseiro de não chegar a ti
arrogante, farta-me de tanto saber
que desejo teu afagos
e minhas mãos, quentes de ti
das mechas até envolver-te
até tomar teu corpo, com força
a roubar teus lábios
sorvê-los.
Olá! Ziemssem deve ter ficado vermelho ao escrever esse texto. Introspectivo, um pouco doído. Poesia. Obrigada pela visita, há muito tempo não acessava os blogs, estou tentando responder a todos agora. Abraço!
ResponderExcluire forte e tenso.
ResponderExcluirgostei bem.
ah, só não gosto do telemovel e do "fica cá".
rs
beijo, saudade